sábado, 25 de setembro de 2010

Parti...


Então me diz qual é a graça
De já saber o fim da estrada,
Quando se parte rumo ao nada?
Paulinho Moska- A Seta e o Alvo

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

se fosse uma carta...

...talvez doesse menos.

Passei horas no quarto, olhando para o teto, tudo permaneceu escuro.

Desliguei o som, silenciei meu eu. Precisava ouvir-te, precisava encontrar-te.

Procurei respostas. Procurei você. Procurei você dentro de mim.

Incansável eterna procura.

Não te encontrei, se queres saber. Apenas percebi falta dos meus pedaços que levaste de mim.

A parte de mim que levaste não foi a capacidade de amar, não foi meu coração. O que levaste foi minha razão, minha racionalidade.

Não posso agora criar qualquer pensamento, tu és minha mente. Te vejo, te ouço, sinto teu toque e teu cheiro. Fez-me escravo. Talvez nem saiba, mas é por isso que escrevo isso.

Ao caminhar na rua, olhar vitrines, ler, automaticamente relaciono a você.

Não há forma de mudar. Sem querer te odeio por isso. Sua falta de importância não me corresponde, e me roubas ainda mais.

Odeio-te por isso. Condeno-me por isso.

Diga-me, imploro, porque me deixaste?

Tudo o que confessei só prova que te amei, além de todo meu coração, de toda minha razão. Entreguei-me. Entreguei-me. Desfiz-me. Dilui-me em você.

- Queres saber?

Teu amor me anulou. Entregaste e não pude te conquistar. Senti-me desmerecer. Nada, nada que eu fazia superava o teu poder de amar. A tua entrega se chocou à minha falta de coragem.

“Evitei que seu brilho ofuscasse o meu, mas amei você...pode agradecer”.

______________

A última frase do texto é um trecho da música ''Pode Agradecer'' de Jay Vaquer.