domingo, 30 de maio de 2010

Who am I?

"Já tive torres internas que foram ao chão. Torres altas demais para mim, torres que nem chegaram a ficar concluídas, torres que me exigiram esforço e que me deram prazer, até que alguém, com uma frase, ou com um gesto, as fez virem abaixo. Tinha gente dentro, tinha eu..." (Martha Medeiros)



Quem sabe a música esteja certa quando diz “a gente mal nasce, começa a morrer”, ou quem sabe eu esteja tornando isso uma verdade.
Definir o nascer e o morrer não é nada simples. Há pessoas que precisam morrer para poder continuar suas vidas, sem a má influência de si próprio. Há pessoas que precisam nascer no fim de suas vidas físicas.
Após o nascer vem o conhecer. Desvendar os mistérios da alma de outra pessoa é muito simples, mas quem consegue ver sua própria alma?
Já ouvi inúmeras vezes dizer “construa pontes em vez de paredes”. Digamos que eu não entendi muito bem o que isso quer dizer. Construí uma ponte para fora de mim, e chegando lá, me olhando como os outros me olham, rapidamente levantei uma parede. Desde então não tenho mais acesso a mim mesmo. Todas as informações de que sei, são as que as pessoas me contam ou as que eu vejo, estando do lado de fora de mim.
Não me identifico com quem vejo. Não me identifico comigo. Ser eu me parecia muito mais complicado do que eu transpareço. Até mesmo tenho a impressão de que não me importo com o que dizem de mim.
A multidão me assola, só precisava ter eu como realmente sou para que tudo que está em meu redor faça sentido. Olho mais uma vez meu documento para lembrar como me chamo. Recordo-me de mim. Sinto-me aliviado por saber que não estou vivendo o que aquela foto diz que sou.
É um tempo de amadurecimento. Já comecei a quebrar a parede. Estou reparando a ponte. E tirando tudo que havia tomado o meu lugar de dentro de mim.
"Tomara que a gente não desista de ser quem é por nada nem ninguém. Que a gente reconheça o poder do outro sem esquecer do nosso.'


João Lucas Cruz Castanho

Clariceando...

ISSO É MUITA SABEDORIA


Quando fazemos tudo para que nos amem e não conseguimos, resta-nos um último recurso: não fazer mais nada. Por isso, digo, quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que havíamos solicitado, melhor será desistirmos e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram. Não fazer esforços inúteis, pois o amor nasce, ou não, espontaneamente, mas nunca por força de imposição. Às vezes, é inútil esforçar-se demais, nada se consegue;outras vezes, nada damos e o amor se rende aos nossos pés. Os sentimentos são sempre uma surpresa. Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido. Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer. Assim, repito, quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho...o de mais nada fazer.

Clarice Lispector

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Coração: um amigo...um bandido...talvez! Quem te conhecerá?

"...Amor é o que se aprende no limite,depois de se arquivar toda a ciência herdada, ouvida. Amor começa tarde." Carlos Drummond de Andrade



Um casulo se forma, então após dias surge um lindo ser, força, força, até que sai voando com toda a intensidade possível, suas asas estampam sorrisos, olhares, sonhos e realizações. Uma mulher acorda seu marido desesperadamente, ele pega a bolsa preparada com antecedência, às chaves do carro e a ajuda a entrar, vão logo ao hospital e vêem uma vida emanando do interior da mãe. Uma linda noite estrelada se inicia a beira do lago que banha a lua, um jovem casal abraça-se e ele estende um anel na direção da jovem surpresa, que faz sua felicidade ser notada pelas lágrimas que banham seu sorriso.
Momentos simples e únicos, grandes acontecimentos particulares. O que faz esses momentos se tornarem tão importantes? O que torna isso inesquecível?
Não há resposta! Mas uma justificativa plausível: AMOR. Definir o amor após ilustrar esses momentos é menos complicado, mas ainda assim embaraçoso.
Vir-se em outra pessoa, é amor, cuidar de alguém, é amor, trabalhar, é amor, trocar frauda, é amor, aceitar uma canção em voz desafinada, é amor, visualizar beleza, é amor, comprar remédio, é amor, usar perfume, é amor, comprar aliança, é amor, cortar as unhas, é amor, pintar o cabelo, é amor, estudar, é amor, descascar batatas, é amor, viver, é amor.
Há quem ache que não ama, e quem ache que não é capaz de tal ato. Há quem ama sem saber. Há quem esconde o amar. Há quem tenta amar. Há quem aceita o amor, e há quem suporta o amor. Há amores reprimidos, e liberdade para amar.
O amor Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acaba. (1º Cor. 13, 4-8)
Amar é um mistério, é apenas sentir e pronto, se ama. Não há um meio de induzir o amor, apenas acontece, e não há controle sobre isso. Assim como, não há controle sobre o ódio. O que é o ódio se não o inverso do amor? E afinal, o que é o amor?
Quarenta e oito horas após a borboleta conquistar sua liberdade, suas asas perdem a força, sua vida esgota-se, e é levada pelas correntes de vento. Trinta anos após seu nascimento, o filho prepara com carinho e dor o velório de seus pais, que morreram juntos. Quatro meses após o noivado, a noiva lança o anel no peito dele, e some.
Pode-se não ter uma resposta sobre o que é Amor, mas, sabe-se que Amor é o que move o mundo. Nem que seja amor transformado em ódio, ou amor ao dinheiro. Amor é a essência da vida, e nem na morte se acaba.

João Lucas Cruz Castanho

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Simples Assim.



"SIMPLE, LIKE THIS."

sábado, 22 de maio de 2010

.




" Sobre a morte e o morrer...sobre o nascer e o viver."

terça-feira, 11 de maio de 2010

"Com Amor...

...para a Beth Safadona."





Geralmente começa-se pelo prólogo, mas iniciando a escrita dizendo o nome dá-nos a ideia de estar a narrar uma história; iniciar dizendo ''querida Beth'', cheira-nos a uma ideia de carta e de sinais de despedimento. Não é o caso, não é esse nosso objetivo. Este é um sinal escrito de saudade expressado neste conjunto de palavras e nesta imensidão de emoções. Esta longa caminhada não pode ter sido corrompida pelo teu adeus breve.Infalivelmente os sorrisos, fizeram o seu reflexo.
Assistimos ao funeral, com nossos pêsames, confessamos. Sentíamos na obrigação de partilhar a dor com quem, como nós, te amam.
Proveniente, a morte chegou a ti, sem avisar. Bateu à tua porta enquanto, em mais uma noite, recebia visitas. Despedia-se. Passadas algumas horas, informam-nos. O nosso eu não quer acreditar.
Semelhante a uma rosa arrancada de um jardim, foi tirada daqui. Acreditamos que esteja com o jardineiro do céu. Recordamos você com um sorriso leve nos lábios e no coração, já que sabemos que é dessa mesma forma que te encontraríamos.
O lugar que ocupava, ficou vazio e nunca ninguém o completará. Motivo esse descoberto numa razão simples: você, afinal, nunca foi completamente embora; o seu cheiro perdura, a sua presença perdura, os sonhos, os gostos... Perduram no coração, nas memórias e o orgulho por um dia, termos vivido com você.


TEMOS ORGULHO DE VOCÊ.
ATÉ LOGO, SEUS AMIGOS.

(Elizabeth 1992-2010)

sábado, 8 de maio de 2010

Descanse...

Amor é a essência da vida, e nem na morte se acaba.




Um dia de sol raiava, os pássaros cantavam alegremente, o mato chiava com o dançar dos ventos e se dava o despertar. As crianças levantavam-se animadas para trilhar novamente o caminho da roça, literalmente falando.
- Menina, eu já falei para você não fazer mais isso. Imperava o sotaque português de D. Isaura apontando para uma fresca melancia aberta, cuja carne fora comida a colheradas debaixo de uma agradável árvore. Ali pensava sobre o presente que poderia ganhar no natal.
Como sempre em dia de véspera de Natal, toda a família arranja os preparativos. Velas, toalhas, talheres, mesas bem arrumadas. Na sala os presentes, a árvore de Natal e a expectativa. Por costume abriam-se os presentes apenas antes do almoço do dia 25. Mas como toda criança curiosa, foi ela ver se encontrava uma dica sobre qual seria seu presente. Muitos amontoados estavam lá, pois eram em muitos irmãos.
Era uma menina dedicada aos estudos. Na escola que havia na fazenda sempre dava o máximo de atenção. E como boa aluna, gostava muito de ler. E justamente, havia um presente em forma de livro. Isso a chamou muito a atenção. Cruzou os dedos e pediu para que esse fosse o seu. Saiu correndo, juntando-se aos outros, disfarçando a espionagem proibida.
Deu-se a noite de Natal, todos oraram juntos antes de se alimentarem. Ansiosos para receber logo seus presentes. Já tarde da noite, após, como de costume, cantar os parabéns para Jesus, as crianças dirigiram-se para suas camas. Mal podiam esperar para abrir o pacote e se deliciar com a surpresa.
A noite até pareceu alongar-se, cochichavam entre si sobre os presentes. O nascer do sol fora leve naquele dia, por isso não despertara a todos logo cedo. Então perto das 8h alguns foram acordando e acordando aos outros. Correram unidos para a sala, logo os pais anunciavam o nome e entregavam o presente. Lourdes estava novamente com os dedos cruzados. Quando o presente da vez era o venerado pacote em forma de livro ela apertou os olhos, e para sua satisfação ouviu seu nome. Levantou-se alegremente e correu para pega-lo.
Um belo exemplar. “Alice no Paiz das Maravilhas” Lewis Carroll. Seus olhos brilhavam, e não via a hora de poder lê-lo. Passou-se o dia e no seguinte, a menina se preparava para ler. Pegou o livro, uma colher, para o caso de encontrar uma melancia pelo caminho e muita disposição.
Sentou-se sob as densas folhagens de uma bela árvore, no alto de um morro, perto de casa, de onde podia ver o lago com gansos e marrecos, as vacas pastando, a grande plantação de café e o sol, sempre sorrindo.
Abriu-se a primeira página, e viu ali a seguinte dedicatória: “ Este livro pertence a Maria de Lourdes Barradas. Presente do Papai Noel 25/12/1940.”
Alice a acompanhou por todos os dias de suas férias escolares. Intercalando com o trabalho que auxiliava. Logo no início do ano letivo, a professora pediu para que os alunos contassem como foram suas férias. Alegremente Lourdes escreveu sobre sua companheira Alice.
Logo, em meio a Segunda Guerra Mundial, o céu ora azul, agora se apresentava cinza, mesmo longe do conflito, podia-se ver a evidência. Assustou-se ao tentar, mas não enxergar o sorriso do sol.
Bem, o tempo passou, Lourdes e Alice continuaram juntas. A infância passou, as melancias passaram, os Natais se passaram, os presentes se foram, mas Alice está agora a fazer companhia a outros. E Lourdes, se formou, e como uma boa aluna, deixou a escola.


João Lucas Cruz Castanho

quarta-feira, 5 de maio de 2010

"Horizonte...

...porque parece linha reta, mas sei que não é assim."
trecho da música "Não deveria se chamar amor" de Paulinho Moska



Ponho-me a refletir. Minha cabeça dói, tiro os óculos e deposito-os sobre a escrivaninha. Intensifico a luz da luminária. Quando olho para a mesa observo que meus cabelos caem sobre as páginas amareladas dos livros abertos.
Sinto meu estômago apertando, porém, sinto-me sucumbido o bastante para ingerir qualquer coisa.
Caio em minha mente, vulnerável aos meus próprios ataques, como vórtices, ou então, o mais matreiro pensamento, de imensurável candura, dirigindo-me a terno devaneio, em elípticas reverberações de minha alma. Apetece-me galgar para o engodo da perfídia, provocando um inebriante lacerar de verdades. Perniciosos são os pensamentos agora, e no dissipar de um momento desvanece a fantasia, e volto a compor-me por que não sou. De fato, nada do que aspiro é inócuo, é apenas ofensivo a mim próprio negar quem sempre sustentei.
Meu ego salta de minhas entranhas, expondo uma vil reputação. Jamais pútrida, mas de juízos mentirosos. Direitos que regem a lei vã que criei para respeitar, não apenas impedindo com que transponham as barreiras de segurança que instaurei para não invadirem meu espaço, mas me impedindo de estar neste.
Resguardado em máscaras, ora imaculadas, ora infamadas. Ardendo em lágrimas sanguinolentas, como açoites em meus olhos. Tornando-me cego de minha visão egocêntrica.
Reduzo-me a pó, esquálido ser a transpor sua armadura. Ressentido por não “viver” a prévia da morte.


João Lucas Cruz Castanho

terça-feira, 4 de maio de 2010

Seção Leitura



De Todo O Coração – Vivendo a Plenitude do Amor de Deus – Luciano Subirá

Orvalho – Curitiba - 2009

O livro aborda Assuntos relacionados ao amor de Deus, e tudo o que ele influência. Desde o relacionamento com outras pessoas, conceito de pecado, exemplos do amor de Deus sendo manifesto, e pessoas sendo agentes do amor de Deus.
Interessante e inteligente é um livro cujo tema, apesar de abrangente, muito simples. Um manual prático de como amar a Deus.
Completo por verdades bíblicas remete-nos a profunda avaliação.
Indico para pessoas que tem vontade de saber mais sobre Deus, e o que quer dizer o amor dele. E uma dica, quando o estiver lendo, abandone seus preconceitos, e esteja aberto para novidades.



O Ladrão de Raios – Livro um – Rick Riordan

Nascido em 1964, em San Antonio, Texas, Estados Unidos, onde mora com a mulher e dois filhos. Durante quinze anos ensinou inglês e história em escolas públicas e particulares de São Francisco. Além da série Percy Jackson e os olimpianos, publicou a premiada sério de mistério para adultos Três Navarre.

Intrínseca – Rio de Janeiro – 2008


Percy Jackson, um menino adolescente que passa a notar coisas estranhas acontecendo. Em uma viagem com sua mãe tudo muda de rumo, ele descobre a verdade sobre si e passa a lutar por um novo objetivo ao lado de alguns amigos, e inimigos.
Após muitas outras descobertas o menino é considerado o grande achado, com valentia e coragem de um adolescente inicialmente medroso, ele luta e passa por diversos momentos de ação e aventura.
Narrado em primeira pessoa pelo próprio Percy, com uma linguagem simples, em um contexto histórico contemporâneo, misto de mitologia grega. Um livro endereçado a adolescentes, mas facilmente agrada a todos os públicos.
Indicado especialmente para quem gosta de ficção científica, mitologia grega e aventura. Vale a pena experimentar.